domingo, 26 de maio de 2013

YÁNSÀN,A MULHER BÚFALO.

 
 
 
 


Um Lindo Itan sobre Yánsàn, a Mulher Búfalo.
 
Um dos insígnias mais representativos de Yánsàn são os chifres de búfalo, é comum vermos Oya dançando com esses chifres à tira colo (Oya Ni O To Iwo Efon Gbe – “Oya é a única que pode agarrar os chifres do Búfalo”). Eles também são usados para “evocar” a grande Deusa dos ventos, conforme ilustra-nos a história a seguir:
“Lutar e levantar o pó como o búfalo” foi quem jogou Ifá para o caçador. Eles disseram que ele deveria fazer um sacrifício para se casar. O Caçador sacrificou dois galos, duas galinhas, cerveja de milho, búzios e pães de inhame. O Caçador fez o sacrifício.
Um dia este Caçador foi para o campo, quando subiu para a sua plataforma de vigia, viu um Búfalo, mas quando tentou virar a sua arma para ele, o Búfalo transformou-se numa bela virgem vermelha (Oya – Yánsàn). Quando ela acabou de tirar o disfarce, o Caçador viu-a escondê-lo atrás de uma árvore. No entanto, Oya não observou que o Caçador a tinha visto.

Quando a mulher Búfalo foi embora, este Caçador deixou a sua vigia, e pegou o disfarce de Oya, colocando-o em sua bolsa, seguindo-a até o mercado. Quando chegaram lá, este aproximou-se dela, cumprimentou-a e disse a ela que tinha vindo ao mercado em busca dela. Este Búfalo que tinha se transformado em mulher respondeu: “alguma coisa de errado?” O Caçador respondeu que queria se casar com ela. A mulher Búfalo disse que não ia se casar com ninguém. Na terceira vez que o Caçador se aproximou com estas palavras, ela perguntou se ele tinha visto alguma coisa por trás dela. O Caçador respondeu que sim. A mulher Búfalo disse: “o que você viu por trás de mim”? Então o Caçador disse que ela deveria ir com ele para que ele pudesse dizer o que tinha visto por trás dela.




Quando saíram do mercado, o Caçador botou a mão no saco e retirou o disfarce mostrando para ela. Quando ela viu o disfarce, disse que ele deveria ter pena dela e que ela se casaria com ele. A mulher Búfalo voltou ao mercado, reuniu as mercadorias e saiu com o Caçador, mas enquanto estavam na estrada, ela disse que ele não deveria comentar nada daquilo com ninguém; e o Caçador afirmou que não diria nada. Assim, ela se tornou sua esposa e eles viveram juntos na casa dele.

Esta mulher começou a ter filhos, mas a esposa com quem o Caçador se casara primeiro, começou a importuná-lo, perguntando onde ele tinha encontrado a segunda esposa, pois ele não comentara o assunto. O Caçador disse que ela era filha das mulheres que vieram ao campo para comprar carne com ele. A resposta não satisfez a primeira esposa e ela começou a indagar se ela tinha vindo desta ou daquela cidade.
O Caçador respondeu que era de uma cidade diferente, mas ainda assim isto não satisfez à mulher. E ela começou a fazer perguntas. Enquanto perguntava, a mulher Búfalo teve o seu primeiro filho, e o segundo filho. A primeira esposa foi ao filho mais velho do Caçador e discutiu o assunto com ele. O filho mais velho pegou o pai e deu-lhe muito vinho de palma para beber. Quando o caçador bebeu, seu filho perguntou: “onde encontrou a sua esposa?” Ele respondeu que ela era um Búfalo, que ele a tinha visto retirando o disfarce no campo, e que ele tinha pego o disfarce e ido ao mercado com ela, que tinha mostrado a ela o disfarce e que daquele dia em diante, ela tinha sido sua esposa.
Quando o filho mais velho do Caçador chegou em casa, contou isto para sua mãe. Depois de um tempo, o Caçador se aprontou e foi para o campo, mas no segundo dia após a sua partida, sua primeira esposa pegou um pedaço de madeira e atirou-o ao chão para parti-lo (é um tabu jogar a madeira contra o chão desta maneira na casa de um caçador).
A mulher Búfalo perguntou se o marido delas não a teria avisado que ela não deveria quebrar a madeira desta forma na casa dele. Então a primeira respondeu com desdém: “cuide de sua vida e vá embora! você é um ser humano e um animal, o seu disfarce esta escondido no telhado.” Quando a mulher Búfalo ouviu isto, respondeu: “ha!” e ficou quieta. Aprontou-se e foi procurar no telhado. Quando chegou lá, encontrou o disfarce onde o Caçador o tinha escondido e o trouxe, mas ele estava muito ressecado, então, ela juntou um pouco de água e colocou o disfarce dentro.
Depois foi até a esposa mais velha, deu-lhe uma cabeçada e a matou. Feito isso, ela tirou um dos seus dois chifres e foi até o campo. Quando o Caçador a viu chegando, soube que um pedaço de madeira tinha sido quebrada em sua casa. Quando ela quis dar uma marrada no marido, ele disse que ela não deveria fazer aquilo com ele.

Então, ela perguntou ao Caçador, como a primeira esposa tinha sabido sobre o mistério dela. O Caçador contou como o filho mais velho o levara e lhe dera muito vinho de palma para beber, até ele não saber mais o que falava. Então ela disse: “Está bem.” Disse que não o mataria, mas que ele fosse para casa e que sempre que os filhos dela quisessem realizar seu festival anual, ele deveria sacrificar com eles para o chifre que ela tirara e tinha deixado em casa como uma lembrança.
Daquele tempo em diante, seus filhos continuaram a sacrificar para os chifres desta maneira, são o que chamamos e cumprimentamos como os “filhos do Búfalo” até hoje.


 
 
 

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