sábado, 14 de setembro de 2013

O QUE É INICIAÇÃO ESPIRITUAL?




 
 
Hoje compartilho com vocês um belissimo presente que recebi de uma pessoa muito querida é um texto sobre
INCIÃÇÃO ESPIRITUAL 





O QUE É INICIAÇÃO ESPIRITUAL?

Sabemos que, no antigo Egito, as iniciações aconteciam dentro das pirâmides. Ao contrário do que se pensa, as pirâmides jamais foram locais para se guardar as tumbas dos faraós. Essa tese demonstra apenas a in...capacidade dos arqueólogos e historiadores de compreender os profundos princípios da iniciação templária. A pirâmide forma a geometria ideal para a canalização de níveis elevados de energias sutis. A forma piramidal é a mais perfeita para se entrar em contato com os planos superiores. Dentro desse clima vibratório adequado, ocorreram num período de vários milênios, provavelmente 9.000 anos, a iniciação dos mistérios em milhares ou mesmo milhões de candidatos. A iniciação espiritual, como já dissemos, são ritos de morte e nascimento: a morte para o eu físico da personalidade, o velho homem, e o nascimento de um novo homem, regenerado, sutilizado e espiritualizado.

Como disse Jesus “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3). Algumas pessoas acreditam que essa passagem fala apenas da reencarnação, mas seu significado mais profundo nos remete ao segundo nascimento, o nascimento iniciático, o nascimento da vida espiritual regenerada. Essas iniciações podem ocorrer nos templos, sendo provocadas pelos mestres (mistagogos, hierofantes, etc) durante um ritual específico programado para ativar uma transformação interior, ou podem ocorrer naturalmente, quando a pessoa já se encontra preparada para um novo nascimento; quando ela está apta a “trocar de pele”, ou a romper a casca da ignorância, do materialismo ou da ilusão do ego, ou a fazer a transição de um estado a outro, como a lagarta se torna borboleta, entendendo aqui o símbolo das asas como um símbolo da ascensão ou do “vôo da consciência” às alturas espirituais.

Na mais famosa iniciação do antigo Egito, o candidato era colocado num sarcófago e, por meio da indução ao “sono dos mistérios”, que era produzido por recursos místicos especiais, e não apenas por hipnose sugestiva, ele entrava no processo iniciático. Nesse processo, o objetivo é fazer o iniciando entrar em contato consigo mesmo e experimentar, de uma vez só, uma parte do seu karma acumulado; parte essa que ainda o estaria impedindo de subir a um nível espiritual mais adiantado.

Então, o candidato era colocado diante da sua grande dificuldade: se tivesse medo de ser desprezado, logo apareciam em sua consciência as cenas em que foi objeto de desprezo; se tivesse um trauma de abuso sexual, cenas de abuso atravessavam com toda intensidade a sua consciência; se tivesse qualquer outro bloqueio, essas barreiras eram rompidas e determinadas circunstâncias lhe vinham a mente com toda a realidade. Ou seja, tudo aquilo que ele possuía dentro de si como conteúdo mental em desequilíbrio lhe era apresentado, em toda a vivacidade, por meio de cenas e experiências que ele vivia como se elas de fato estivessem ocorrendo. Se tivesse medo de enfrentar uma pessoa, essa pessoa lhe apareceria; se tivesse medo de cobras, centenas de cobras poderiam passar por ele; se tivesse ódio de uma pessoa que muito o prejudicou, essa pessoa se faria presente para “assombrá-lo” até que ele fosse capaz de perdoá-la e transcender seu ódio. O que ele detinha dentro de si, como uma impureza, imperfeição de caráter, ações negativas ou qualquer conteúdo mental sujo, pecaminoso, sórdido, limitante etc aparecia a ele dotado de intenso realismo.

O objetivo da iniciação era descobrir se o discípulo iria sucumbir às tentações de sua materialidade e de suas tendências psíquicas, ou se conseguiria colocar a vida espiritual e o plano divino como prioridade. Caso tivesse superado as provas, nada mais poderia abalá-lo dentro do nível que foi vencido, tornando-se assim um ser renascido que superou uma parte de suas imperfeições. Como existiam vários níveis de iniciação, cada um deles buscava transcender os grilhões de um degrau da grande escada da consciência, e se iniciava uma preparação para outras etapas mais elevadas. Por conta do estado de “sono” iniciático, ou estado alterado de consciência profundo, tudo que visse lhe pareceria muito real, como se estivesse de fato ocorrendo com ele.

Então, assim que essas visões assaltavam sua consciência, com um conteúdo reprimido ou inconsciente, ele deveria enfrentar as cenas e finalmente vencer esses conteúdos mentais desarmônicos. Isso não era nada fácil para o candidato, mas quanto maior a dificuldade vencida, maior o mérito atingido e também maior o benefício espiritual conquistado. As correntes mentais que fluem de forma antagônica no psiquismo começavam a fluir numa mesma direção; o discípulo conseguia vencer a natureza fragmentária de sua mente e passava a assumir o controle de sua energia e seu psiquismo. Além disso, após vencer as provas, ele conquistava poderes incomuns e recebia um influxo espiritual elevado, que o fazia renascer em vários planos, mental, emocional e até físico, com a recuperação da saúde e bem estar.

Na realidade, esse aspecto da iniciação dos mistérios mostrava o enfrentamento de uma realidade puramente psíquica do indivíduo, algo que muito se assemelha ao que hoje se faz nos consultórios de terapia de regressão a vidas passadas. Por outro lado, esse processo continha certos aspectos que obviamente transcendem o que acontece num consultório, pois existem leis mais profundas envolvidas e a presença e orientação de verdadeiros Mestres Realizados. Iniciações como essa também são comparadas com o estado do bardo, o estado descrito da vida após a morte da tradição tibetana.

A grande chave da iniciação é essa: tudo aquilo que se passa em nosso plano mental, em forma de tendências, pensamentos, sentimentos, crenças, enfim, todo nosso conteúdo psíquico, um dia se tornará manifesto na Terra; se transformará em expressão no mundo. Isso significa que, de alguma forma, esses conteúdos vão passar do plano da consciência para o plano da ação e da experiência no mundo. Do mundo subjetivo se traduz ao mundo objetivo. O mental passa para o físico, em forma de acontecimentos e experiências terrenas. Em suma, o que nos ocorre no exterior nada mais é do que uma exteriorização do que já ocorreu ou ocorre em nosso interior. Jung se referiu a esse processo quando disse “O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino”. A grande vantagem da iniciação é antecipar a manifestação desses conteúdos, experimentá-los, desgastá-los e vencê-los no próprio mundo interior, antes que se materializem como circunstâncias da vida, formando o cenário e o contexto de nossa existência. Esse processo abrevia nossa caminhada e nos dá a oportunidade sagrada de vencer dentro da consciência aquilo que invariavelmente, de forma inequívoca, se materializará na Terra.

“Em essência, você experimentaria seu próprio karma pessoal desde o início de sua primeira encarnação. Em lugar de deixá-lo surgir em seu futuro você teria a oportunidade de experimentá-lo em sonhos que lhe pareceriam reais. Assim, a iniciação era um processo de descer as profundezas da alma para confrontar tudo o que não fosse de Deus.” (Joshua David Stone) Neste ponto começa a ficar mais clara a relação estreita entre a iniciação dos mistérios e a terapia de vidas passadas. Antes que o karma de nossas vidas passadas tome forma no mundo exterior, com o regresso de nossas ações, podemos tratá-lo durante a regressão e harmonizar nossos conteúdos mentais. Por isso dissemos que a TVP é uma terapia iniciática. Ou também pode ocorrer o contrário: após a manifestação dos conteúdos mentais criando os arredores de nossa existência, por meio de técnicas específicas, visitando nosso passado kármico, é possível transmutar o karma e anular os efeitos que ele teria sobre o rumo dos acontecimentos da vida, regendo nosso corpo, nossa mente e nosso destino.

Existem duas formas de se evoluir, desenvolver-se espiritual ou ascender. O primeiro é deixando que o karma se manifeste no mundo e que nós o enfrentemos no campo da existência material, através de provas, expiações, sofrimentos, desafios, experiências, doenças, limitações, deformidades, confusão, brigas, medo, angústia, etc. Essa é a via natural, a via da experiência no campo da existência. A segunda forma é a via iniciática, que abrange todo esse processo que nós descrevemos nas linhas precedentes; são recursos que provocam crises de despertar, provas de experiência de nossa própria realidade interior, antes mesmo que elas ocorram no mundo da materialidade, no campo de experiências da vida humana.

Infelizmente, a maioria das pessoas prefere a primeira via, o caminho natural, e espera que seu karma e seus conteúdos mentais conscientes ou inconscientes se concretizem no mundo. Como já dissemos, a terapia de vidas passadas também é uma forma de se resolver nosso karma antes que ele se manifeste ou, caso as lições ainda não tenham sido bem assimiladas, antes que ele volte a se repetir. Dizemos “repetir” porque sabemos que tudo aquilo que não for bem compreendido e assimilado tende a ser reeditado em nossa vida. O mesmo problema aparece com uma nova roupagem no futuro, caso as lições e aprendizados não tenham sido devidamente entendidos. Por outro lado, a maioria dos indivíduos do nosso tempo aguarda até que o karma aperte e cause sofrimento, para só depois procurar harmonizar seu material psíquico desarmônico e seu karma passado através da regressão. Dessa forma, compreendemos como o tratamento kármico de nossas vidas passadas estava presente, de uma forma ou de outra, nas antigas iniciações dos mistérios e se configura como uma parte importante da História dos estados não ordinários de consciência e da regressão a vidas passadas.

Autor: Hugo Lapa


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