Mata
Amritanandamayi - ou Amma, como é conhecida -tem um hábito muito especial: o de
abraçar. Pode parecer banal, mas não é. O abraço de Amma aconchega, pacifica,
acalma. Para alguns, ele chega a abençoar, uma vez que Amma (mãe, em sânscrito)
é vista por milhões de pessoas como uma santa na Terra, a encarnação do amor.
Pois é como uma verdadeira mãe de todos que esta indiana de 54 anos se sente.
Reconhecida pelas Nações Unidas por seu trabalho humanitário e por promover a
paz no mundo, Amma é uma altruísta incansável. Chega a ficar mais de 20 horas
sem se levantar somente distribuindo seus famosos abraços. Mantém ainda a
Fundação Mata Amritanandamayi Math, na Índia, uma imensa rede que promove
atendimento gratuito com hospitais, clínicas, orfanatos, farmácias ambulantes,
asilos, creches, entre outros serviços e programas de combate à pobreza. Segundo
a ONU, a fundação é a "única organização não governamental capaz de promover, em
larga escala, um esforço humanitário completo".
Nascida em uma pequena
aldeia de Kerala, no sul da Índia, Amma já expressava sua vocação pelos que
sofrem desde criança. Costumava levar pessoas necessitadas à casa de seus pais,
onde lhes dava banho quente, roupas, comida, além de rezar por elas e ouvir
seus lamentos. Ainda criança, também começou a meditar intensamente, passando
dias e noites ao relento, sem comer e dormir. "Todas as sadhanas [práticas
espirituais] são métodos para diminuir os pensamentos e aumentar a paz e assim,
lentamente, o homem pode se transformar em Deus. Não só fará a pessoa desfrutar
da paz consigo mesmo, mas dará paz aos outros a sua volta também", diz.
Embora pratique o hinduísmo, Amma não pretende converter ninguém - ela quer é
que cada um encontre a verdadeira fé naquilo que já acredita, até mesmo os
ateus.
Amma esteve no Brasil numa expedição à América Latina. Nos três dias em que esteve no Rio de Janeiro, estima-se que ela tenha abraçado mais de 15 mil pessoas, que se aglomeraram no Hotel Intercontinental, em São Conrado. Na chegada, Amma teve os pés lavados com água e pétalas de rosas. Em seguida, convidou o público a uma meditação para depois iniciar a sessão de abraços.
As perguntas a seguir foram feitas enquanto Amma dava seus abraços - ela não pára nem para dar entrevista. Logo depois de conversar com ela por meio de um swami (monge discípulo que traduz o que ela diz em sânscrito para o inglês), fui eu que ganhei um abraço. A sensação foi inexplicável - ela colocou meu rosto contra seu peito, balbuciou em meu ouvido algumas palavras em sânscrito, enquanto me envolvia em seus braços fofinhos, beijava minha testa e colocava uma maçã em uma de minhas mãos. Eu sentia o perfume de pétalas de rosas de sua roupa e a sensação de que, sim, o maior amor do mundo existe. E ele estava bem ali.
Amma esteve no Brasil numa expedição à América Latina. Nos três dias em que esteve no Rio de Janeiro, estima-se que ela tenha abraçado mais de 15 mil pessoas, que se aglomeraram no Hotel Intercontinental, em São Conrado. Na chegada, Amma teve os pés lavados com água e pétalas de rosas. Em seguida, convidou o público a uma meditação para depois iniciar a sessão de abraços.
As perguntas a seguir foram feitas enquanto Amma dava seus abraços - ela não pára nem para dar entrevista. Logo depois de conversar com ela por meio de um swami (monge discípulo que traduz o que ela diz em sânscrito para o inglês), fui eu que ganhei um abraço. A sensação foi inexplicável - ela colocou meu rosto contra seu peito, balbuciou em meu ouvido algumas palavras em sânscrito, enquanto me envolvia em seus braços fofinhos, beijava minha testa e colocava uma maçã em uma de minhas mãos. Eu sentia o perfume de pétalas de rosas de sua roupa e a sensação de que, sim, o maior amor do mundo existe. E ele estava bem ali.
De que o mundo mais
precisa?
Amor e compaixão. A alma precisa tanto de amor quanto o corpo precisa de comida para crescer. O amor, por exemplo, pode chegar a nutrir muito mais um bebê do que o próprio leite. O que acontece hoje no mundo é que as pessoas passam muito mais tempo tensas do que em estado de felicidade. E deveria ser exatamente o inverso. As pessoas trabalham demais para acumular riquezas, carros, luxo. Ao mesmo tempo, elas não conseguem sequer dormir em paz, precisam de remédios. Elas não entendem que nada dessas coisas materiais traz felicidade - porque, se trouxesse, elas seriam felizes. Mas não são. Tudo depende da nossa mente, do quanto nossa mente está em paz. A espiritualidade é o ar-condicionado da mente.
Todos deveriam abraçar mais uns aos outros?
Só abraçar não significa nada. O que conta é o amor que você sente e transmite com esse gesto. Quando o amor preenche o coração, a pessoa vê a vida pulsar em tudo. Portanto, onde há vida, há amor. Assim, o ato de abraçar deve estar impregnado de amor. É importante lembrar que, quando falo em amor, falo no sentimento sem restrições. Inclusive por aquelas pessoas que não conhecemos. Quando eu abraço, sinto que cada um é meu filho [Amma chama todas as pessoas de "Filho"]. O amor real é o único remédio que pode curar as feridas do mundo. Quando essa consciência despertar dentro de nós, toda a desarmonia terminará e reinará a paz duradoura.
É a primeira vez que a senhora vem à América Latina. Qual sua impressão
deste povo?
http://www.ammabrasil.org/
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