"Médico sanitarista e sertanista
Noel Nutels (no centro da foto).
Judeu, nascido na distante Ucrânia, Noel Nutels (1913-1973) se definia, acima de tudo, como brasileiro.
Judeu, nascido na distante Ucrânia, Noel Nutels (1913-1973) se definia, acima de tudo, como brasileiro.
Não era à toa. Criado no Nordeste, ele dedicou grande
parte de sua vida ao combate das doenças que assolavam o Brasil como a
tuberculose, a malária e a varíola.
Ele não poupou esforços ao sair do conforto
do atendimento em consultório para o trabalho de campo. Foi assim que teve o
primeiro contato com os índios, aderindo de forma pioneira à defesa destas
populações, e consagrando-se, segundo Assunção Paiva, como um dos maiores
indigenistas do país.
A história de sua vida foi contada em
"Noel Nutels", publicação de sua autoria com diversos colaboradores,
editada em 1975. Em 1978, Orígenes Lessa lançou
"O Índio Cor-de-Rosa -
Evocação de Noel Nutels". Sua biografia romanceada foi publicada em 1997,
"A Majestade do Xingu", de Moacir Scliar.
Noel Nutels faleceu aos 60 anos, em 10 de fevereiro de 1973."
Noel Nutels faleceu aos 60 anos, em 10 de fevereiro de 1973."
Noel morreu no
dia 10 de fevereiro de 1973. Para trabalhar com — e para — os índios, adoeceu
constantemente, passou seis meses por ano longe da família e penhorou as joias
da mulher para viajar. Bertha quer construir um instituto dedicado ao pai, mas
sequer sabe que órgão público procurar. Na papelada está a jornada do
indigenista, parte da qual é desconhecida até por ela.
Cinco dias depois
de sua morte, Carlos Drummond de Andrade dedicou sua coluna no “Jornal do
Brasil” ao amigo:
“Valeu? Valeu a pena / teu
cerne ucraniano / fundir-se em meiga argila brasileira / para melhor sentires /
o primitivo apelo da terra”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário