O culto do fogo ocupa um lugar de destaque nas religiões dos povos
indo-europeus. O sol e as chamas celestes eram considerados manifestações do
fogo divinizado. Os gregos honravam o fogo sob as feições da deusa Hestia e do
deus Hefaisto. Os romanos dedicavam o seu culto a Vesta e Vulcano. Entre os
judeus o fogo era conservado com grande cuidado, porque, segundo a tradição,
tinha sido aceso miraculosamente. As igrejas católica romana e ortodoxa grega
rodeiam o fogo de cerimônias particulares. Ele aparece ainda nas velas e no
turíbulo.
Nas festas juninas, festas de três santos católicos, como sempre
acontece com as tradições populares, houve uma aculturação. Em Portugal como em
outros países as festas de São João coincidiam com o solstício de verão quando
eram realizados os cultos agrícolas. E as comemorações católicas se adaptaram a
estas festas pagãs.
Portugal mantém o costume de acender fogueira, dançar em volta ao fogo,
saltar sobre as chamas, dando vazão a justos sentimentos de júbilo. Foi fácil a
adaptação de tais costumes no Brasil porque os índios ficaram seduzidos com os
folguedos. Da mesma forma que aceitaram de bom grado as “capelas”. Estas
capelas podem ser comparadas aos banhos sagrados no Ganges na lua cheia de novembro,
aos banhos de purificação dos povos gregos e romanos. É formada por grupos de
foliões que, ornados de folhagens na noite de São João vão se banhar no rio
cantando: “Meu São João, eu vou me lavar, as minhas mazelas no rio deixar.
Capelinha de melão é de São João, é de cravos, é de rosas, é de manjericão”.
As fogueiras fazem parte das tradições juninas,
iluminando e aquecendo as noites frias do mês de junho. Cada santo, porém, tem
a sua fogueira especial: na de Santo Antônio, a fogueira deve ter a base quadrada,
conhecida também como chiqueirinho. Na de São João, a base deve ser redonda, o
que dá à fogueira um formato cônico. Na de São Pedro a base deve ser
triangular.
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