Em diversos artigos de jornal, revistas e matérias televisivas encontramos representantes de governos e empresas preocupados em estabelecer um “desenvolvimento sustentável”. Porém, o que é este conceito de sustentabilidade, tão presente no nosso cotidiano?
O termo “sustentabilidade” pode ser definido como “a capacidade de algo em resistir, durar, permanecer”. Em ecologia a palavra descreve como os sistemas biológicos se mantém diversos e produtivos ao longo do tempo. Para os seres humanos, sustentabilidade significa um conceito que reflete o potencial, a longo prazo, da manutenção do bem-estar, que por sua vez depende dos cuidados com o mundo natural e do uso responsável de seus recursos.
Ecossistemas naturais como florestas e pântanos são exemplos de sistemas biológicos sustentáveis. Ciclos químicos invisíveis redistribuindo água, oxigênio, nitrogênio e carbono pelos sistemas vivos do planeta têm sustentado a vida por milhões de anos. Devido ao aumento da população humana, esses ecossistemas passaram a ser deteriorados, afetando o equilíbrio dos ciclos naturais e impactando negativamente a vida dos seres humanos e de outras espécies. Além disso, o atual padrão de consumo de recursos naturais pela humanidade supera em 30% a capacidade do planeta de recuperá-los, segundo estudos realizados pela WWF.
A necessidade de integração entre as questões ambientais e o desenvolvimento econômico foi uma das preocupações da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1983. Os trabalhos dessa comissão, concluídos em 1987, ficaram conhecidos como “Relatório Brundtland”, em referência à presidente da comissão, a primeira-ministra norueguesa Gro Harlem Brudtland. Nesse relatório, o conceito “desenvolvimento sustentável” foi utilizado pela primeira vez, sendo definido como “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazerem as suas próprias necessidades."
De acordo com a Conferência Mundial de 2005, realizada em Nova York, os esforços em garantir um desenvolvimento sustentável deve abranger três dimensões: ambiental, econômica e social, ou seja, estimular a geração de riquezas, ao mesmo tempo respeitando a quantidade de recursos naturais disponíveis e possibilitando a inclusão, a participação e a conscientização da sociedade nesse processo.
A Organização das Nações Unidas declarou o período de 2005 até 2014 como a “década da educação para o desenvolvimento sustentável”, com o objetivo de “desafiar todos nós a adotar novos comportamentos e práticas para assegurar nosso futuro”.
Em síntese, uma série de princípios comuns está incluída na maioria dos programas de ação para alcançar o desenvolvimento sustentável: a necessidade de assegurar a valoração e recuperação apropriada da natureza; a integração entre objetivos econômicos, sociais e ambientais nas políticas e atividades; oportunidades iguais e participação comunitária e a conservação da biodiversidade e da integridade ecológica.
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