Em nossa alma, o amor desempenha o papel crucial para a nossa felicidade.
Ao mesmo tempo, ele é o movimento fundamental que leva a doenças graves e à morte precoce.
Esse amor é sentido por nós. Ele nos faz agir para melhorar algo de acordo com o nosso desejo mais profundo, não importa o preço.
Esse desejo profundo é o desejo da segurança de poder pertencer à nossa família. Por essa segurança estamos dispostos a colocar tudo em jogo, até mesmo nossa saúde, nossa vida e nossa felicidade. ... Esse amor é sentido, mas, no fundo, trata-se de um instinto, um instinto de sobrevivência. Esse instinto ultrapassa as fronteiras da vida de nosso corpo.
Com esse instinto, desejamos sobreviver como membro de nosso grupo, mesmo para além de nossa morte aqui. Para que servem, por exemplo, aquelas celebrações através das quais desejamos trazer os mortos para o presente de nossa família?
Para que servem os empenhos de tantos para serem lembrados após a morte? Em ambos os casos, trata-se do impulso de continuar pertencendo ao nosso grupo após a morte, quase como se eles e nós fôssemos continuar vivos.
Como é o amor do espírito em comparação com esse amor?
Podemos comparar esse amor com o amor da alma e seus impulsos?
Podemos senti-lo da forma como sentimos esse outro amor a todo momento?
Por exemplo, nos movimentos da consciência?
Por exemplo, nos julgamentos com os quais, em sintonia com a nossa consciência, diferenciamos entre o bom e o mau?
Com os quais nos afastamos do mau e de suas consequências, pelo amor ao bom? Banindo-o de nossas vidas e desejando torná-lo inofensivo?
Inofensivo tanto como coisa quanto nas pessoas que, de acordo com a nossa boa consciência, consideramos sem direito de pertencimento, pois representam perigo e ameaça a nossa família e grupo?
Quais são as diferenças entre o amor do espírito e esse amor?
1. O amor do espírito é uma atitude. É dedicado a tudo da forma que é, simplesmente por existir.
2. O amor do espírito não possui um julgamento por meio do qual decide se algo deve ou não deve estar presente. Se algo está presente, foi pensado da forma que é por um espírito criativo e, dessa forma, é amado por ele da forma que é.
3. Quando somos envolvidos pelo amor do espírito, ele se alegra com tudo que está presente, da forma como está presente.
4. O amor do espírito é, fundamentalmente, uma atitude que apoia tudo da forma que é. Ele deseja bem a tudo.
5. O amor do espírito é um amor criativo que permite a todos tomar o lugar reservado a si e defendê-lo. Ele deseja que estejam lá da forma que são.
6. Para o amor do espírito, não existe a pergunta sobre algo poder ou não poder estar presente. Para ele, tudo e todos fazem parte: nós também, assim como somos.
(texto extraido do livro A cura, Bert Hellinger)
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