Louvável, sem dúvida nenhuma.
Mas o problema começa quando as pessoas resolvem achar que duas garrafas de suco verde são a milagrosa solução para melhorar suas vidas.
Não adianta comer chia toda manhã se a gente odeia o emprego e já sai de casa com vontade de voltar.
Não dá para achar que o corpo vai estar puro se você não acredita no que faz e passa mais de 40 horas da semana ruminando tarefas infelizes.
Não adianta beber 3 litros de água por dia quando se está num relacionamento que afundou.
Não adianta colocar linhaça nas receitas quando só se reclama da vida, dos outros, do país, do calor, da chuva, do trânsito.
É um círculo vicioso, quanto mais a gente fala das coisas ruins, menos atenção a gente dá às coisas boas e a vida vai ficando ruim, ruim, ruim.
É ilusão achar que a mudança vem de fora para dentro.
Que a felicidade e a saúde cabem em embalagens plásticas com códigos de barra. Produtos podem ser ótimos coadjuvantes nessa busca, mas a verdadeira mudança é só o protagonista quem faz.
Detox de dias iguais.
Detox de gente ruim.
Detox de maus hábitos.
Detox de inveja.
Detox de relações doentes.
Detox de obsessões.
Detox de pessimistas.
Detox de medo de mudar.
Detox de dias desperdiçados.
Detox de sentimentos pobres.
Detox de superficialidade.
Detox de vícios.
Detox de viver por viver.
E pra fazer detox na vida é preciso coragem. Coragem para mudar, para arriscar, para romper, para fechar ciclos que há muito tempo deveriam ter terminado.
Excelente! - texto da professora universitária Ruth Manus, publicado no Estadão.
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