Dormir mal:
Entre os problemas da falta de sono estão
dificuldade de concentração, obesidade, diabete, baixa imunidade, depressão e
doenças cardiovasculares.
Dormir pouco e mal resulta em
cansaço, sonolência durante o dia e alterações do humor. Já passou por isso?
Mas os problemas da privação de sono não param por aí. Você sabia que
podem levar à maior predisposição para diabetes, obesidade e problemas
cardiovasculares, além de reduzir a imunidade?
Afinal, por que as horas de
descanso são tão importantes a ponto de interferir tanto na saúde? “Durante o
sono, vários hormônios e substâncias regularizadoras são liberados e a privação
de sono acarreta na não liberação dessas substâncias e na disfunção de órgãos
como coração”, explicou a neurologista Carla Guariglia, do Núcleo de Neurologia
do Hospital Samaritano de São Paulo.
A média adequada de horas de
descanso fica entre sete e oito horas por noite. Mas a necessidade varia de
pessoa para pessoa. Há quem durma seis horas e se sinta bem e descansado,
enquanto outros precisam de até 10 horas. “Mas o que se vê é que a grande
maioria da população está dormindo abaixo do limite. Outro fator importante é a
qualidade do sono. Sabe-se que mais de 30% da população apresenta a apneia
obstrutiva do sono. Portanto, ambos os fatores têm ocasionado consequências a
médio e longo prazo, tanto com prejuízo físico como mental e emocional”,
comentou o neurologista Luciano Ribeiro Pinto Júnior, membro da Associação
Brasileira do Sono (ABS).
Mas como saber quando procurar um
médico? Que fique claro que uma insônia ocasional, relacionada a um problema
pontual da vida, como um dia estressante ou uma briga com um familiar, não
precisa ser tratada. “A busca do tratamento deve ser baseada em alterações de
humor, cansaço excessivo, dificuldades de concentração e memorização,
dificuldades psicológicas e emocionais, estresse excessivo e ansiedade”, listou
a otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono Angela Beatriz
Lana. “Nos casos de insônia, tem-se considerado acima três meses de sintomas.
No caso de ronco, apneia e sonolência diurna, deve-se procurar um médico já no
início, uma vez que pode se tratar de um caso de apneia do sono”, completou o
neurologista Luciano.
Problemas
relacionados à falta de sono adequado:
Dificuldade
de concentração e problemas de memória
Várias pesquisas mostram que as conexões nervosas no cérebro se fortalecem durante o sono e as diferentes fases dele têm seus papéis no fortalecimento da memória. “Se temos um sono com vários despertares, essas fases são interrompidas e a memória e capacidade de atenção ficam prejudicadas”, comentou a especialista em medicina do sono Angela.
Várias pesquisas mostram que as conexões nervosas no cérebro se fortalecem durante o sono e as diferentes fases dele têm seus papéis no fortalecimento da memória. “Se temos um sono com vários despertares, essas fases são interrompidas e a memória e capacidade de atenção ficam prejudicadas”, comentou a especialista em medicina do sono Angela.
“Dormir pouco ou acordar várias
vezes durante a noite interfere na quantidade e qualidade do sono chamado de
sono REM, que é o sono profundo, que tem a função restauradora. O sono REM
irregular e em ciclos mais curtos faz com que, no dia seguinte, a pessoa sinta
sonolência, irritabilidade por não ter descansado corretamente, dificuldade de
se concentrar devido à sonolência e, com isso, não consegue manter atenção para
o aprendizado, o que se traduz em dificuldade de memória”, completou a
neurologista Carla.
Obesidade
Uma das explicações de como a falta de sono aumenta as chances de se tornar obeso é que a pessoa muito cansada não tem ânimo para se exercitar e queimar calorias . A especialista em medicina do sono Angela também mencionou que quem não dorme bem acaba ingerindo mais calorias por um desbalanceamento entre hormônios que controlam o apetite: leptina e grelina.
Uma das explicações de como a falta de sono aumenta as chances de se tornar obeso é que a pessoa muito cansada não tem ânimo para se exercitar e queimar calorias . A especialista em medicina do sono Angela também mencionou que quem não dorme bem acaba ingerindo mais calorias por um desbalanceamento entre hormônios que controlam o apetite: leptina e grelina.
Depressão
Dificuldade para dormir é muitas vezes o primeiro sintoma de uma depressão, como informou a médica Angela. “Vários estudos mostram que 15% a 20% das pessoas com insônia vão desenvolver depressão. Essa relação ainda não é completamente esclarecida, mas parece que pessoas deprimidas têm padrões de sono anormais”, completou.
Dificuldade para dormir é muitas vezes o primeiro sintoma de uma depressão, como informou a médica Angela. “Vários estudos mostram que 15% a 20% das pessoas com insônia vão desenvolver depressão. Essa relação ainda não é completamente esclarecida, mas parece que pessoas deprimidas têm padrões de sono anormais”, completou.
Problemas
cardiovasculares
Pessoas que dormem menos que seis horas por noite podem ter até duas vezes mais chances de ter um infarto ou derrame do que as que descansam oito horas. O motivo não é completamente claro, como informou a médica Angela, mas sabe-se que dormir pouco altera os níveis de pressão sanguínea e o metabolismo da glicose no sangue, fora que fatores inflamatórios são liberados em maior quantidade no sangue, danificando as paredes das artérias.
Pessoas que dormem menos que seis horas por noite podem ter até duas vezes mais chances de ter um infarto ou derrame do que as que descansam oito horas. O motivo não é completamente claro, como informou a médica Angela, mas sabe-se que dormir pouco altera os níveis de pressão sanguínea e o metabolismo da glicose no sangue, fora que fatores inflamatórios são liberados em maior quantidade no sangue, danificando as paredes das artérias.
Baixa
imunidade
Anticorpos e células que lutam contra as infecções ficam reduzidas quando não se dorme o suficiente. “Durante o sono, nosso sistema imune libera proteínas chamadas citocinas, que precisam aumentar quando temos infecções, inflamações e estamos sob estresse. A falta de sono reduz em muito a produção dessas citocinas”, explicou a especialista em medicina do sono Angela.
Anticorpos e células que lutam contra as infecções ficam reduzidas quando não se dorme o suficiente. “Durante o sono, nosso sistema imune libera proteínas chamadas citocinas, que precisam aumentar quando temos infecções, inflamações e estamos sob estresse. A falta de sono reduz em muito a produção dessas citocinas”, explicou a especialista em medicina do sono Angela.
Diabetes
O sono parece ser tão importante quanto o exercício e a dieta para o desenvolvimento da diabetes, como informou a médica Angela. “Quando não se dorme o suficiente, parece que o corpo precisa de mais insulina para manter os níveis adequados de glicose. Redução do sono parece alterar o nosso sistema nervoso simpático, relacionado ao controle de estresse e este também regula nosso metabolismo do açúcar no sangue”, explicou a especialista.
O sono parece ser tão importante quanto o exercício e a dieta para o desenvolvimento da diabetes, como informou a médica Angela. “Quando não se dorme o suficiente, parece que o corpo precisa de mais insulina para manter os níveis adequados de glicose. Redução do sono parece alterar o nosso sistema nervoso simpático, relacionado ao controle de estresse e este também regula nosso metabolismo do açúcar no sangue”, explicou a especialista.
As células produtoras de insulina
param de trabalhar adequadamente com a falta de sono e aumentam os níveis de
glicose no sangue, o que causa a diabetes tipo 2. O cansaço resultante da falta
de sono também altera a habilidade do sistema nervoso em regular os níveis de
açúcar no sangue. “Apenas duas noites dormindo menos que quatro horas já
desencadearia o processo de alteração no metabolismo do açúcar no sangue”,
alertou Angela.
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