Postal russo baseado em uma foto Xamanismo na China
tirada em 1908 por S.I. Borisov,
mostrando uma mulher xamã
provavelmente da etnia Khakas
O xamanismo é um termo
genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas(animista, primitiva) e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe,
supostas metamorfoses e contato direto entre corpos e espíritos de outros
xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos, etc.
A palavra xamã vem do russo, tungue saman corresponde
à práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas
e árticas
especialmente a Sibéria (região centro norte da Ásia). Apesar, como assinala Mirce Eliade
da especificidade dessas práticas na região (em especial as técnicas do êxtase
dos tungues, Iacutes, mongóis, turco-tártaros etc.), não existe, contudo origem
histórica ou geográfica para o xamanismo
como conhecido hoje, tampouco algum princípio unificador . Outros nomes para
sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros, magos, curandeiros
e pajés.
Xamã
O sacerdote
do xamanismo é o xamã,
que geralmente entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes
incomuns, invocando espíritos, plantas etc., através de objetos rituais, do
próprio corpo ou do corpo de assistentes e pacientes. A comunicação com estes
aspectos sutis da vida pode se processar através de estados alterados de
consciência. Estados esses alcançados através de batidas de tambor, danças e
até ervas enteógenas.
As variações
"culturais" são muitas mas, em geral, o xamã pode ser homem ou
mulher, a depender da cultura, e muitas vezes há na história pessoal desse
indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como
um chamado, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado
sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para
atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o
descontrole.
O xamã é tido como um profundo
conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.
De acordo com Eliade (o.c.),
entre os manchus e os tungues da Manchúria
a tradição dos dons xamânicos costuma ser feita de avô para neto, pois o filho
ocupa-se em prover as necessidades do pai, isso no caso dos amba saman (xamãs
do clã). Os xamãs independentes seguem a sua própria vocação. O reconhecimento
como xamã só pode ser feito pela comunidade inteira depois de uma prova
iniciática. Ainda segundo esse autor das referências a distúrbios psicológicos
(especialmente no processo de formação) o ideal iacuto de um xamã é: um homem
sério, que sabe convencer os que estão à sua volta, não presunçoso nem
colérico. Entre os kazak-quirguizes o baqça, guardião das tradições
religiosas é também cantor, poeta, músico, adivinho, sacerdote e médico.
Talvez pela experiência do
sofrimento antes da iniciação ou experiência de possessão o xamã é confundido
com indivíduos portadores de distúrbio mental tipo epilepsia, histeria e
psicose, Lévi-Strauss citando os estudos de Nadel e de
Mauss na introdução à obra de Marcel Mauss
afirma que …existe uma relação entre os
distúrbios patológicos e as condutas xamanísticas, mas que consiste menos numa
assimilação das segundas aos primeiros do que na necessidade de definir os
distúrbios patológicos em função das condutas xamanísticas… afirma ainda,
baseado em estudos comparativos, que a freqüência das neuroses e psicoses
parecem aumentar nas regiões sem xamanismo e que xamanismo pode desempenhar um
duplo papel frente as disposições psicopáticas: explorando-as por um lado, mas,
por outro canalizando-as e estabilizando-as.
Não se "é" xamã, se
"está" xamã. É um estado de perfeita harmonia e integração com a
natureza e o cosmos, matéria e espírito.
Estudos, testes, rituais e
provas, podem não ser fatores determinantes em alguns momentos de nossas vidas.
Estar em perfeito estado de equilíbrio e harmonia com tudo e com todos sendo
grato ao Criador-Criadora, não pode ser garantido por vias culturais, racionais
e lógicas. Não existe um método para ser xamã. Aprenda a viver a vida em
harmonia, agindo sempre com amor, esta é a maior iniciação para o espírito,
isto poderá torná-lo um xamã, este é o verdadeiro xamanismo. Quando perdemos a
confiança em nós mesmo, quando ficamos com medo, não amamos. Neste momento não
estamos xamã.
O xamã é um curador e deve
incentivar o auto-conhecimento e a auto-cura, despertando em outros irmãos
"sentidos" que facilitem com que percebam a Ilusão
"Maya/Matrix". Um verdadeiro xamã desenvolve e aperfeiçoa suas
habilidades e técnicas para servir como instrumento aos seres divinos prestando
auxilio aos animais, humanos, plantas e minerais. Ao mesmo tempo que cura é
curado, está conectado com a grande teia da vida. Aprende e compartilha o
conhecimento, como um lobo que sempre divide sua caça com a matilha. O xamã,
não se autoproclama, as pessoas o reconhecem como um xamã.
O cinco inimigos do xamã são: EGO
(personagem tridimensional);MEDO; CLAREZA; PODER e a VELHICE.
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