quinta-feira, 23 de outubro de 2014
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
A Lenda da Mulher Búfalo Branco
Um dia, dois jovens guerreiros Sioux estavam caçando nas pradarias
do Minesota. Ao subirem uma colina em busca de caça, eles foram surpreendidos
ao verem uma jovem mulher, muito bonita surgir diante deles numa nuvem. Retendo
o fôlego, eles a observavam. Ela trajava vestes feitas de corça branca. Levava
a tiracolo uma sacola de pele e uma pele de búfalo em uma das mãos. Uma pena de
águia, trançada nos seus longos cabelos negros, reluzia à luz do sol. Não tema,
” disse a mulher, ” eu trago paz e felicidade para vocês. Agora me falem, por
que vocês estão longe de sua aldeia?”
A graça a beleza dela, incendiou o guerreiro mais velho com
pensamentos lascivos, que calou-se. O mais jovem, então respondeu:
- Nossa aldeia está com falta de comida. Nós estamos caçando.
- Aqui – ela disse -, leve de volta este pacote aos seus. Diga
para os Chefes das sete fogueiras da sua tribo, para reunirem-se na fogueira do
conselho e esperarem por mim.
Ao escutar essas palavras, o mais velho deu voz ao seu desejo de
acasalar-se com ela, ali mesmo na pradaria, debaixo do sol. No momento em que o
guerreiro mais velho tentou agarrá-la, a mulher envolveu-o na pele de búfalo.
Uma nuvem envolveu o corpo dele, e quando o pó assentou, no lugar do guerreiro
havia um esqueleto recoberto de vermes.
Foi então que Mulher Búfalo Branco, falou ao jovem guerreiro:
- O homem que olha primeiro a beleza exterior de uma mulher, nunca
conhecerá sua beleza divina, pois ele é um cego. Mas o homem que primeiro vê a
beleza de seu espírito e sua verdade, esse homem conhecerá o Grande Espírito
nessa mulher; se ela quiser deitar-se com ele, ele compartilhará com ela um
prazer mais pleno do que poderia imaginar.
- Você, quando me olhou, não ficou cego com a minha beleza, mas
seu primeiro pensamento foi: ‘Quem é essa mulher?’ ‘De onde ela vem?’ ‘Será ela
uma mulher sagrada?
- Meu jovem, você também terá o que deseja.
- Você e seu amigo simbolizam dois caminhos que os homens podem
seguir. Se procurar primeiro a sagrada visão do Grande Espírito, estará vendo
da mesma maneira que o Criador, e por isso você saberá que aquilo que
necessitar da terra chegará às suas mãos. Mas se preferir seguir primeiro,
esquecer o Grande Espírito, satisfazer os seus desejos terrenos, você morrerá
por dentro.
Foi então que o jovem guerreiro resolveu perguntar quem era ela.
Ela olhou profundamente nos olhos dele e respondeu:
- Eu sou o Espírito da Verdade. Seu povo me conhece como a Mãe dos
Mais Velhos; mas como você pode ver, não sou tão velha assim. Sou a Grande Mãe,
que vive dentro de cada Mãe, a moça que brinca em cada criança. Sou a face do
Grande Espírito, que seu povo esqueceu. Vim para falar para as nações da
planície. Vá para sua aldeia e prepare a minha chegada. Tenho algumas coisas a
ensinar, coisas sagradas que sua tribo esqueceu.
O jovem então correu ao seu povo, para transmitir a mensagem de
Mulher Búfalo Branco aos Chefes das Sete Fogueiras de sua tribo. Após ouvirem o
jovem, toda tribo começou a trabalhar numa enorme cabana, coberta de muitas
peles, na qual toda tribo pudesse se reunir.
Quando viram Mulher Búfalo Branco se aproximando pela pradaria,
ficaram atônitos. Esperavam por alguém de mais idade. E ela parecia uma
donzela, graciosa como a relva que se movia em torno dela no crepúsculo. Seu
rosto brilhava como uma luz que falava das flores e das mais finas ervas.
Descalça, como sempre andava nas sua viagens pela terra, ela
entrou na grande cabana. Seu vestido de pele de Búfalo Branco irradiava a
presença de seu espírito. Sem dizer um palavra, andou em círculo em torno do
fogo que ardia no centro da cabana. Cada vez que seu delicados pés tocavam a
areia ao redor do fogo, os que a observavam sentiam que cada gesto seu era uma
prece de profunda reverência à terra.
Devagar, em silêncio, ela contornou o fogo sete vezes.
Quando por fim ela falou, sua voz era como a canção dos pássaros
das pradarias.
- Sete vezes, andei em sete círculos em torno deste fogo, em
reverência e silêncio. O fogo simboliza o amor que arde para sempre no coração
do Grande Espírito. É o fogo que aquece cada criatura no mundo. Vocês são como
um ser único. Esta cabana, feita de muitas peles, é o corpo de vocês. O fogo
que arde no centro dela é o amor de vocês.” Parou um momento e, devagar,
curvou-se para tirar um graveto incandescente das chamas. “Este fogo é mais
forte que qualquer um de vocês. Seu povo esqueceu, o que é mais precioso que a
água. Vocês esqueceram suas ligações com o Grande Espírito. Eu vim”, disse ela
erguendo o graveto, “como um fogo do céu para reavivar a memória daquilo que
foi, e fortalecê-los para os tempos que virão.
Pousou novamente o graveto no fogo e pegou uma sacola de pele que
trazia.
- Nesta sacola, trago um cachimbo para ajudá-los a recordarem os
ensinamentos que eu trago. Tratem-no sempre com respeito. Levem-no sempre em
sacolas das mais finas peles, enfeitadas pela mãos mais reverentes. Ponham
neste cachimbo um tabaco sagrado plantado especialmente para esse fim. Fumem-no
com um sentimento de gratidão ao Grande Espírito, de cujo sopro vocês receberam
a vida. Usem o fumo para representar seus pensamentos, suas orações e
aspirações ao Grande Espírito.
Até então ela ainda não tinha aberto a sacola na qual estava o
cachimbo. Desatou as tiras de couro que a amarrava, e retirou o cachimbo com
tal reverência que todos que estavam na cabana, sentiram o coração
transbordando e os olhos cheios de lágrimas.
- Este cachimbo sagrado, e cada tragada de fumo sagrado que vocês
inalam pelo seu tubo, ajudará vocês a recordarem que cada sopro de vocês é
sagrado. O fornilho do cachimbo é feito de pedra vermelha. Tem o formato de
círculo. Simboliza a Roda Sagrada, o sagrado círculo da vida, o dar e receber,
da inalação e da exalação, pelo qual todas as coisas vivas ingressam na vida
pelo poder do Grande Espírito.
Pedindo um pouco de tabaco, Mulher Búfalo Branco colocou-o no
fornilho do cachimbo dizendo:
- Este tabaco, simboliza o mundo das plantas, o musgo das pedras,
as flores, as ervas, as folhas das relvas que cobre a colina para que sua mãe
não repouse nua ao sol. Vocês estão aqui para cuidar da terra. Suas vidas são
acesas pelo mesmo fogo que arde no coração do Grande Espírito.
Assim falando, ela colocou um pequeno graveto no fogo para que
ardesse como chama viva.
- Da mesma forma que acendo esse graveto no grande fogo, assim
todo ser humano é uma chama que faz parte do fogo eterno do amor do Grande
Espírito.
Devagar, ela tirou o graveto em chamas do fogo, e ergueu-o para
que todos o pudessem ver.
- Quando vocês viverem em harmonia com o Grande Espírito, sua
chama de amor será vivida sempre por aqueles ventos espirituais. Vocês serão
tomados de amor pela própria razão da vida! Acenderão o fogo do amor em todos
os que encontrarem. Conhecerão o propósito de sua travessia por esse mundo e
saberão que o Grande Ser deu uma chama da vida a todos: não para guardarem sua
pequenina chama somente para si, amando apenas aquilo que é necessário às suas
vidas, mas sim para que pudessem dar o seu amor, e com o fogo desse amor trazer
consciência para a terra.
Dizendo isto, ela segurou o graveto bem em cima do fornilho
vermelho do cachimbo. Encostou a chama bem no centro do cachimbo, aspirando
suavemente pelo tubo até o tabaco incandescer. O cheiro do fumo invadiu o
ambiente.
- Assim como o tabaco queima neste cachimbo de terra que
representa as plantas – continuou Mulher Búfalo Branco- , assim também esse
búfalo que vocês vêem entalhados no fornilho de pedra do cachimbo representa as
criaturas quadrúpedes que compartilham com vocês esse mundo sagrado. As doze
penas que pendem o tubo do cachimbo representam os seres alados com os quais
vocês compartilham o grande círculo do céu.
Em seguida ela passou o cachimbo ao chefe do conselho dizendo:
- Tomem este cachimbo. Agradeçam ao Grande Espírito, e passem o
cachimbo aos outros do nosso círculo. Que seus pensamentos sejam elevados ao
Grande Espírito que vem agora mexer com suas memórias, abrindo os olhos de seus
narradores. Cada amanhecer que nasce vermelho no céu do leste, como o fornilho
vermelho deste cachimbo, é o nascimento de um novo dia, de um dia sagrado.
Lembrem-se sempre de tratar cada criatura como um ser sagrado: as pessoas que
vivem além das montanhas, os pássaros, os peixes e os outros animais, todos
eles são irmãs e irmãos de vocês. Todos constituem parte sagradas do corpo do
Grande Espírito. Tudo é Sagrado.
Neste momento, o cachimbo começa a ser passado de mão em mão.
Depois que todos que estavam na cabana deram uma baforada, Mulher Búfalo Branco
levantou com reverência o cachimbo para que todos vissem.
- Levem sempre o cachimbo com vocês. Trate-o como um objeto
sagrado. Honrem todas as criaturas e vivam suas vidas em harmonia com o Caminho
Sagrado do Equilíbrio de que fala cada árvore, cada flor e cada novo dia.
Haverá muitas estações nas quais o coração de vocês se sentirá claro e puro
como uma nascente nas montanhas, e vocês conhecerão a paz e a alegria do Grande
Espírito. Mas, se vocês sentirem que se afastaram da trilha do Caminho Sagrado,
se seus corações passarem a pesar dentro de vocês, não percam tempo em
arrependimento. Ensinar-lhe-eis uma cerimônia,” disse ela acendendo o cachimbo
mais uma vez no fogo sagrado, “uma cerimônia que cada um de vocês pode fazer em
companhia de outros, a sós em suas tendas, ou lá fora, na pradaria.
Ela deu uma pequena baforada no cachimbo e disse:
- Parem suas atividades. Procurem uma pedra sobre a qual sentar.
Rogando orientação do Grande Espírito. Acendam o cachimbo e deixem que o
fornilho vermelho lhes lembre a sagrada escritura, o caminho da vida, o trilho
vermelho do sol. Depois de ter aspirado seu fumo em honra do Grande Espírito,
em honra da Mãe Terra, em honra dos animais e das pessoas que são fiéis à
realidade, depois de ter dado graças as quatro direções, então aspirem uma vez
mais para pedirem orientação aos grandes seres alados do mundo dos espíritos.
Peça-os para ajudá-los a ver o melhor procedimento a seguir. Peçam para que
eles ajudem a vocês fazerem a escolha mais sábia e a reconhecer os passos que
devem tomar na trilha que seu EU mais profundo escolher para vocês. Isso
permitirá que o fogo que arde dentro de vocês fale em termos claros, sem
interrupções. Peça que os seres espirituais que os cercam, entrem em sua vida.
Diga-lhes que desejam ajudá-los e ao Grande Espírito no seu trabalho, e
perguntem-lhes como fazer isto. Ao ajudarem o Grande Espírito, vocês se
ajudarão. Os seres humanos não são inteiramente felizes nem saudáveis senão
quando servem aos propósitos para os quais o Grande Espírito os criou.
Novamente ela entregou o cachimbo, para que fosse passado de mão
em mão. Durante muito tempo, Mulher Búfalo Branco permaneceu em silêncio, mesmo
após ser completado o círculo de baforada no cachimbo. Quando falou novamente,
comparou seus ensinamentos a uma árvore; uma árvore que iria florescer à medida
que tomavam a si essas coisas, plantando-as no coração de cada um e
aplicando-as no dia a dia.
- Durante longo tempo,- ela continuo-o -, vocês viverão sob a
sombra sagrada da Árvore da Compreensão que estou plantando nas suas consciências.
E, nas gerações vindouras, seu povo estará unido novamente no Sagrado Círculo
da Vida. Infelizmente, essa árvore será derrubada depois de algumas gerações. A
árvore parecerá morrer. A Roda Sagrada murchará até ser esquecida. Alguns
poucos manterão a luz da verdade ardendo nos seus corações, mas a luz será
fraca e, mesmo neles, passará a ser uma brasa pequena e imperceptível.
Guardando o cachimbo na sacola, ela continuou:
- Mas a brasinha permanecerá. Em silêncio, continuará. Mesmo
quando vocês tiverem sua terras invadidas, vendidas e roubadas. Essa brasa
ainda manterá sua luz acesa, e saibam, meu povo que um grande fogo pode sair de
uma única brasa!
- Quando a tempestade passar, essa brasa acenderá um alvorecer
mais forte do que qualquer outra alvorada. Uma nova árvore crescerá, mais
gloriosa do que esta que agora deixo com vocês. Com o novo alvorecer, eu
voltarei e viverei com vocês. Debaixo da sombra dessa árvore, estarão reunidos
não somente as tribos vermelhas, mas as tribos brancas, as tribos negras e as
tribos amarelas, vindo de todas as direções. Em harmonia, as quatro raças
viverão sob os ramos da nova árvore. Tudo que foi quebrado será refeito por
inteiro. A Roda Sagrada será consertada. A comida será farta e os espíritos de
todas as criaturas alegrar-se-ão na harmonia de uma nova ordem, perfeita. O
Grande Espírito, estará atuando dentro das raças, vivendo, respirando, criando
através dos povos da terra. A paz virá as nações.
Despediu-se dizendo que voltaria um dia, então transformou-se num
Búfalo Branco, e sumiu envolta nas nuvens e nunca mais foi vista.
“Grandes mudanças estão a caminho com o nascimento do Búfalo
Branco.”
Com o nascimento de um Búfalo Branco, em 1994, em Janesville, no
estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. Torna-se mais próximo o cumprimento da
profecia sagrada de que irá surgir uma nova idade de unificação e
espiritualidade global, enchendo-nos de uma esperança maior para o novo
milênio.
SALVIA
A Sálvia Branca (Salvia apiana) é uma planta sagrada para os índios norte-americanos que cresce de maneira selvagem nos desertos dos Estados Unidos.
Seu poder de limpeza e purificação é enorme. Queimar uma única folha de sálvia branca perfuma o ambiente, trazendo uma sensação de bem estar, paz, energia e alegria.
Geralmente suas folhas e talos são enrolados fazendo-se "bastões de defumação" (smudges), que propiciam uma defumação mais intensa, de queima lenta e prolongada, fácil de manusear.
Cada bastão rende várias utilizações pois seu aroma é intenso e as folhas são grossas.
Os nativos norte-americanos a chama de "Shkodawabuk", e tem entre eles um significado equivalente ao do Palo Santo para os indígenas sul-americanos.
A Sálvia Branca é a única medicina indígena cerimonial cujo uso é permitido quando as mulheres estão em seu "tempo de lua" (menstruação). É uma medicina holística que, assim como o cedro, está associada ao feminino,à suavidade e à pureza de espírito.
Instruções de Uso: Acenda o maço de sálvia ou algumas folhas e apague
imediatamente, deixando apenas a brasa. Vá assoprando ou abanando com uma pena
para que a fumaça se espalhe. Pode ser queimada juntamente com o tabaco no
cachimbo.
Aplicações: É
utilizada para purificar locais sagrados e em várias cerimônias religiosas
indígenas, como a tenda de suor, rodas de
tambores, rodas de cura, rituais xamânicos de purificação e energização, entre outras. O uso como incenso não tem contra-indicações. Na forma de chá, segundo as várias etnias que a utilizam acreditam, oferece purificação ao organismo e renova o sistema gastrointestinal. Porém pode ser abortiva, portanto não deve ser utilizada na forma de chá para ingestão por mulheres gestantes.
tambores, rodas de cura, rituais xamânicos de purificação e energização, entre outras. O uso como incenso não tem contra-indicações. Na forma de chá, segundo as várias etnias que a utilizam acreditam, oferece purificação ao organismo e renova o sistema gastrointestinal. Porém pode ser abortiva, portanto não deve ser utilizada na forma de chá para ingestão por mulheres gestantes.
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